Não? Então, preste atenção nesta história. O mundo corporativo nos exige saber muito mais sobre o conceito de inteligência emocional, do excelente professor Daniel Goleman, mas precisamos aprender mais sobre a burrice emocional.
Podemos resumir o conceito de inteligência emocional, em como, entender nossas emoções e saber como controlá-las, principalmente no ambiente profissional.
Então se formos inteligentes alcançaremos o tão almejado sucesso. Certo? Infelizmente, muitas vezes o que aprendemos na teoria, não pode ser aplicado na prática, ou até mesmo não faz sentido para nossas vidas.
Vou contar uma história para vocês
Uma jovem profissional recém-formada em administração tinha conseguido um emprego em uma empresa de exportação.
Era a tão sonhada vaga, o salário era bom, tinha possibilidade de crescimento, tinha status social. Desde a faculdade, ela sonhou com este emprego e conseguiu alcançar este sonho, com muita dedicação e estudo.
Depois de 5 meses trabalhando nesta empresa, as coisas começaram a não dar certo, sua produtividade caiu, seu relacionamento com colegas estava péssimo.
Ela estava desmotivada, sem ânimo para levantar na segunda-feira e começar a semana. Ela não via a hora de chegar às 18h para ir embora, era seu momento de alívio.
Como que o sonho de uma pessoa pode se transformar em um pesadelo?
Por que esta jovem profissional não estava feliz?
Porque ela aprendeu que nos ambientes corporativos, devemos controlar nossas emoções, não devemos transparecer raiva, indignação, inquietação, precisamos manter a postura de robôs, sem sentimentos.
Devemos seguir no ambiente profissional, sem sofrimento, sem dor, mesmo que tudo o que está acontecendo a nossa volta, nos machuque, nos deixe sem motivação.
O que aconteceu?
Em uma reunião, ela disse a um colega que não havia gostado da forma como ele tinha abordado a questão, pois tinha se sentido constrangida. Depois da reunião, o seu chefe direto disse que ela não tinha inteligência emocional, pois não deveria transparecer a sua indignação e muito menos falar que não gostou de algo.
Depois, desse “feedback”, a jovem profissional, sem muita experiência, preferiu se calar, preferiu se afastar e não demonstrar mais suas emoções.
Mas para ela o pior aconteceu. Foi demitida?? Não.
As suas emoções ficaram suprimidas e apenas correndo no seu coração e contaminando seus pensamentos. Ela se considerava uma péssima profissional, por sentir raiva, por não gostar de algo que estava acontecendo.
Ela começou a acreditar que só seria uma excelente profissional se fosse feliz, se estivesse alegre o tempo todo, mas ela não conseguia ficar alegre porque muitas coisas erradas e ruins estavam acontecendo ao seu redor.
O que essa situação trouxe para a jovem?
Esta jovem profissional desenvolveu um quadro depressivo, pois seus sentimentos estavam confusos e ela perdeu o senso de realidade.
E isso acontece com muitos profissionais, jovens ou não, que não conseguem identificar seus sentimentos e expor de uma forma produtiva e que leve ao crescimento profissional.
É o que eu chamo de burrice emocional, mas isso não acontece, muitas vezes, por escolha da pessoa, mas muito pelo ambiente onde ela está vivendo e compartilhando suas atitudes.
Para o psicanalista, Kelly Bryson:
Esse valor de revelar os sentimentos e as necessidades de forma honesta e aberta é vital para manter a energia do grupo e para reagir de forma que permita seus membros se conhecerem, saberem onde se mantêm em relação aos outros e para o crescimento espiritual/psicológico
E o que podemos fazer?
A burrice emocional seria o paralelo a inteligência emocional, se não somos inteligentes, somos burros, neste caso somos burros, por não compartilhar nossos sentimentos de forma aberta e honesta.
Percebemos que muitas empresas e profissionais sempre escondem seus reais sentimentos e necessidades, mas ao esconder não fazemos bem a ninguém. O que, apenas, estamos fazendo é não ajudar o outro a evoluir e nos conhecer melhor.
Precisamos cada vez mais agir e refletir em como podemos ajudar o outro, quando expressamos nossas necessidades e quais sentimentos estão embutidos nessas necessidades.
Para Susan David, “Não suprimir as emoções significa aprender sobre si mesmo”.
Ela tem toda razão, mas do que controlar nossos sentimentos, devemos aprender com eles como podemos evoluir e evoluir o ambiente em que convivemos.
Boa semana 😊
Abraços,