O ano de 2015 foi um ano perturbador para o crescimento econômico do Brasil. Existem inúmeros desafios a serem superados pelas empresas e por seus dirigentes. As mudanças climáticas e a intensidade das crises hídricas nas grandes cidades, a falta de alguns alimentos e a escassez de matérias-primas, o aumento de doenças, aumento do Risco Brasil, a falta de investimento, estagnação econômica, juros altos, inadimplência, baixa confiança do consumidor e outros tantos que podem chegar e abalar as estruturas sólidas de muitas empresas.
Para vencer esses desafios e problemas, é necessário buscar meios inovadores para continuar a ser competitivo e cortar os custos excessivos sem perder a qualidade dos produtos e serviços. No meio deste impasse há uma solução, um caminho já encontrado por algumas empresas e esquecidos por outras: a liderança.
As habilidades de uma liderança eficaz são os pontos chaves para o desenvolvimento e crescimento organizacional. Segundo o autor de O Monge e o Executivo, James Hunter, a definição de liderança é a:
Habilidade de influenciar pessoas para que trabalhem com entusiasmo por objetivos identificados como voltados para o bem comum.
Empresas que conseguiram desenvolver esta habilidade em alguns de seus colaboradores, conseguiram resultados fantásticos tanto em vantagem competitiva comparada aos outros concorrentes quanto na consolidação de sua marca e reputação com seus stakeholders.
O papel dos dirigentes e gerentes transformou-se.
É fato que pertencemos à sociedade em rede e nosso comportamento está interconectado, vivenciamos a era do efeito dominó, onde pequenas atitudes influenciam grandes comportamentos tanto em consequências positivas quanto em negativas e desastrosas.
As mudanças contínuas e as incertezas são ótimas para desenvolver algumas das habilidades de liderança, uma delas é a flexibilidade, a capacidade de se reconhecer a realidade e se adaptar a ela da melhor maneira possível. A flexibilidade gera indivíduos mais criativos e adaptáveis, ou seja, habilidades necessárias para quem deseja competir neste mercado com muitos rivais.
Em mundo de incertezas, a informação e o conhecimento são moedas de troca valiosas e que influenciam os stakeholders de uma empresa. Os profissionais de marketing e comunicação possuem expertises para saber quando e como usar a informação e o conhecimento em forma de cooperação para alcançar objetivos que satisfaçam a empresa e todos seus stakeholders de funcionários a fornecedores e clientes.
Atualmente, uma empresa só permanece sólida e competitiva quando as pessoas se comunicam, ou seja, compartilham conhecimento e informação, e estão dispostas a contribuir para um propósito comum.
O papel dos líderes no século XXI, principalmente dos diretores e gerentes de empresas está em engajar a sua equipe para entregar resultados sempre extraordinários e não apenas ditar ordens que não tenham ligação com a missão, os valores e a filosofia da empresa.
E qual a melhor maneira de conseguir este engajamento?
Quando o líder utiliza uma habilidade já bem conhecida dos profissionais de marketing, a comunicação, ou seja, quando quem está na posição de liderança procura relacionar-se e interagir com seus colaboradores, fornecedores e clientes.
Por meio da comunicação voltada ao diálogo e interação, o líder consegue delegar tarefas a sua equipe e orientar quanto à execução das mesmas, acompanhar o desenvolvimento do grupo tanto em termos comportamentais quanto em questões técnicas, para mais tarde conseguir avaliar os resultados da área ou da empresa como um todo.
Quanto mais o líder utilizar sua habilidade de comunicação e diálogo claro e objetivo, mais confiança ele terá de seus stakeholders e quando a confiança é mútua surge a cooperação, a vontade de fazer parte e de colaborar com um objetivo comum que atenda as necessidades da organização e dos interessados nela, portanto aqui se encontra o engajamento de stakeholders.
Muitas organizações perdem clientes, fornecedores e excelentes colaboradores porque simplesmente seus líderes não se comunicam ou quando o fazem, preferem utilizar a comunicação de uma maneira negativa, a comunicação que vem para coagir e não para construir uma sinergia entre as partes interessadas.
Os líderes não nascem prontos, todos nasceram aptos para desenvolver e construir habilidades que não tínhamos, mas para isso é preciso vontade, muita vontade e esforço. Para desenvolver a habilidade de liderança necessitamos nos adaptar às mudanças, gostarmos de pessoas, gostarmos de desafios constantes e, principalmente, nos relacionarmos e interagirmos, ou seja, precisamos da habilidade da qual já conhecemos desde a infância, a capacidade de nos comunicar.
Artigo publicado originalmente no Mundo do Marketing em abril de 2015 “A habilidade de liderança para os profissionais de marketing“. Acesse: www.mundodomarketing.com.br